Psicologa Michelle Marques

Perfeccionismo: Quando “ser a melhor” se torna uma prisão

Perfeccionismo e saúde mental

Se você é daquelas mulheres que sente que nunca é ou fez o suficiente, que precisa revisar um e-mail dez vezes antes de enviá-lo, ou até mesmo sempre pedir que alguém valide, que não se permite cometer qualquer erro, por menor que seja, talvez o perfeccionismo esteja roubando a sua paz.

O perfeccionismo é frequentemente romantizado, aquele defeito chique que preferimos mencionar caso alguém pergunte. Ele é visto como sinal de esforço, muita dedicação e alto desempenho. Mas a verdade é que, quando se torna obsessivo, ele nos paralisa. Em vez de nos impulsionar, drena toda a energia, gera muita ansiedade e perpetua aquela sensação constante de insuficiência.

Mas o que é o perfeccionismo?

No olhar da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), o perfeccionismo não é apenas querer fazer bem feito, ser excelente. Ele é um padrão de pensamento disfuncional baseado na crença de que ser impecável é a única forma de ser aceita, amada ou bem-sucedida.

Esse padrão leva a uma busca incessante por aprovação dos outros e a uma sensação de medo constante: medo de errar, de falhar, de ser criticada. E o pior? Quando as coisas não saem conforme o esperado, o sentimento de frustração é intenso. E ainda que atinja o resultado aparentemente “perfeito”, a mente de quem sofre com o perfeccionismo já está buscando o que saiu de seu controle, sem nunca se permitir celebrar as conquistas.

O perfeccionismo pode ter várias origens, como:

  • Criação Exigente: Crescer em um ambiente onde a aceitação estava geralmente atrelada ao desempenho.
  • Autocrítica Exagerada: Algumas pessoas desenvolvem um diálogo interno muito severo consigo mesmas, punindo-se por erros pequenos e desconsiderando todos os acertos.
  • Comparação Social: Com a ascensão das redes sociais isso ficou ainda maior. Essa ilusão de que “todos estão indo bem, menos eu” intensifica essa pressão.
  • Medo de Fracassar: O perfeccionismo pode ser uma tentativa de evitar rejeição ou de controlar resultados, ainda que isso seja uma grande ilusão.

Os sintomas mais comuns do perfeccionismo:

  • Dificuldade em dividir ou delegar tarefas (acreditando que só você pode fazer “do jeito certo”);
  • Medo excessivo de falhar ou de cometer erros;
  • Procrastinação (esperando as condições ou o momento “ideal” para agir);
  • Sensação constante de estar aquém das próprias expectativas;
  • Autoexigência severa e não admitir nem mesmo as menores falhas;
  • Ansiedade e esgotamento mental por nunca sentir que é suficiente.

Como lidar com o perfeccionismo?

Se você se identifica com esses sintomas, saiba que há caminhos para aliviar essa pressão interna:

  1. Questione seus pensamentos: Se pergunte: “Eu preciso mesmo fazer isso de forma impecável? O que de pior pode acontecer se for apenas bom o suficiente?
  2. Pratique a autocompaixão: Fale consigo mesma como falaria com uma amiga. Você não exigiria dela perfeição absoluta, não é?
  3. Celebre pequenas vitórias: Em vez de focar no que “faltou” ou no que não tem, reconheça o que você já conquistou. Pequenos passos também são progresso.
  4. Permita-se errar: O erro não define sua competência ou valor. Ele é apenas parte do processo de aprendizado.
  5. Busque apoio profissional: A psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental, ajuda a reformular crenças disfuncionais e construir uma relação mais saudável com você mesma.

Como psicóloga clínica, meu objetivo é te ajudar a superar o perfeccionismo e alcançar uma vida mais leve. Não hesite em buscar ajuda! Se você está pronta para dar o primeiro passo, tomar as rédeas da sua vida e construir uma vida que vale a pena ser vivida, clique aqui e entre em contato comigo. Afinal, a verdadeira grandeza está na coragem de ser quem você é, e não em um padrão inalcançável de perfeição.

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